Conta-se que um homem caminhava pelo deserto, sentindo a inclemência do sol a castigar-lhe a pele e a sede a atormentá-lo. Em meio ao imenso areal, embora totalmente só, pôde ouvir com nitidez uma voz que lhe dizia: Pega umas pedras. Coloca-as no teu bolso e amanhã sentirás ao mesmo tempo tristeza e alegria. O homem obedeceu. Inclinou-se, recolheu um punhado de pedras e as colocou no bolso. Concluiu a travessia e, na manhã seguinte, quando despertou, constatou que as pedras haviam se convertido em diamantes, rubis e esmeraldas. Então, como predissera a voz, sentiu-se feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz, por ter recolhido as pedras que agora lhe eram um grande tesouro. Triste por não ter recolhido outras tantas e ser ainda mais rico. Assim ocorre com o processo da educação. Os homens de sabedoria nos convidam a investir alto nela, a nos esmerarmos com as gerações novas, os nossos rebentos que apenas enflorescem os nossos jardins. A educação é processo delicado que requer investimento constante. É na convivência diária, nos pequenos exemplos do cotidiano que a criança se educa, para o bem ou para o mal. Porque, em verdade, quer queiramos ou não, todos somos educadores. Educamos pela palavra, pelo exemplo, pela ação. Lamentamos, hoje, o estado da nossa infância e da nossa juventude, muita vez bem distante dos ideais de nobreza e elevação, mais interessada em atender aos seus próprios interesses, imediatistas e egoístas.Mas os culpados por esta situação somos nós mesmos, os que nos encontramos a caminho com elas. Em vez de estabelecermos limites, disciplina, ordem, tememos o julgamento dos nossos pares, amigos e parentes e deixamos que tudo corra à matroca. Ora, criança sem limites será o adolescente sem limites e o homem inconsequente do amanhã, que pensará que tudo o que existe no mundo lhe é devido. Que as pessoas existem para servi-lo e a vida para ser usufruída de forma alucinada. Por isso mesmo, em todo processo educativo a mensagem do Cristo deve se fazer presente. Graças a ela, aprendemos que todos somos filhos do mesmo Pai, herdeiros, portanto, da mesma fortuna que é o mundo e a vida, com direitos à saúde, ao ensino, ao respeito. É Jesus que nos convida ao amor, à doação, à fraternidade, graças aos quais alcançaremos verdadeiramente melhores condições de vida na Terra. Os ideais são como as estrelas. Parece-nos que jamais os alcançaremos, mas, à semelhança dos marinheiros em alto-mar, traçamos os nossos caminhos, seguindo-os. Seja um dos nossos ideais o esmero na educação, própria e dos que nos rodeiam, sempre atentos às nossas atitudes. |
Redação do Momento Espírita, com base co cap. Parábola da educação, de William Cunningham, do livro Um presente especial, de Roger Patrón
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